quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ginecologia - CANDIDÍASE VULVOVAGINAL


Minha querida ginecologista Dra. Sandra, enviou para suas pacientes e-mails informativos sobre saúde e me autorizou a compartilhar com todos seu conteúdo. Vamos lá:

O que é cândida albicans?

Ela é a espécie mais comum de fungo que pode habitar a vagina. Também pode ser encontrada na pele, boca, estômago e intestino. Em condições normais, a vagina é habitada por vários microorganismos (bactérias e fungos) que constituem sua flora normal (fisiológica). Quando ocorre desequilíbrio nesta flora e/ou nos mecanismos de defesa da mulher, existe crescimento da Candida sp, ocasionando o aparecimento da doença, e candidíase vulvovaginal.
O que favorece a infecção e a reinfecção?
Medicamentos como os antibióticos e corticóides podem alterar a flora vaginal normal e os mecanismos de defesa, proporcionando mais oportunidades p/ o crescimento da Candida sp.
Gravidez: durante este período, o ambiente hormonal específico pode proporcionar mudanças no meio vaginal que favoreçam a proliferação dos fungos.
Anticoncepcionais de alta dosagem: também podem facilitar o aumento da população de fungos, pelo mesmo mecanismo da gestação.
Diabete descompensado: o aumento da concentração de glicogênio (um tipo de açúcar) no conteúdo vaginal pode favorecer a candidíase.
Higiene íntima inadequada: a contaminação da vagina com germes provenientes do intestino pode ocorrer por higiene local inadequada.
Vestuário: roupas íntimas e/ ou calças justas e/ ou de tecido sintético (lycra, elanca, nylon e similares) prejudicam a ventilação, favorecendo o aumento da umidade e temperatura local, tornando assim o ambiente propício ao crescimento de fungos.
Relações sexuais: a transmissão da Candida sp por esta via é controversa, pois a candidíase vulvovaginal também ocorre em pessoas sem atividade sexual. Então, pelo menos para casos repetitivos, o tratamento do parceiro sexual pode ser recomendado.
Dieta: existem hipóteses de que o excesso de ingestão de açúcares e/ ou alimentos ácidos favoreceriam a repetição de episódios de candidíase vulvovaginal, entre outros.

Como identificar a candidíase vaginal?

Prurido (coceira) vulvar é o sintoma mais comum.
Quando há corrimento vaginal anormal, o mais freqüente é descrito como branco, com aspecto semelhante a leite talhado e em quantidade variável porém existem variações.
Outras queixas comuns são: ardor, eritema (vermelhidão) e edema (inchaço) vulvar, ardor ao urinar e dor às relações sexuais.
Freqüentemente os sintomas iniciam-se no período pré menstrual, isto é, alguns dias antes do início da menstruação.

Como prevenir?

Dê preferência às roupas íntimas de puro algodão, pois estas favorecem a ventilação local.
Evite usar toalhas e roupas íntimas que ficam secando no banheiro (isso facilita a manutenção dos fungos) e, principalmente, aquelas que pertencem a outras pessoas. As toalhas devem ser bem lavadas e sempre passadas a ferro antes do uso.
Após as evacuações, a higiene local deve ser feita trazendo o papel higiênico no sentido da vulva para o ânus (da frente para trás), nunca o contrário, evitando assim a contaminação da vagina por germes que habitam as fezes.
Evite o uso de protetores (absorventes) íntimos diários, pois eles também prejudicam a ventilação local.
Quando na praia ou piscina, evite ficar períodos prolongados com o maiô molhado, porque além de prejudicar a transpiração, o ambiente úmido e quente favorece a proliferação dos fungos.
Duchas intravaginais são absolutamente desnecessárias e, além de causas desequilíbrio na flora vaginal normal, podem levar os germes para órgãos genitais mais altos (útero, ovários e trompas), causando sérios danos à saúde.
Adquira o hábito de dormir com roupas confortáveis e largas, de preferência de puro algodão.Isto favorece a ventilação da região genital e, portanto, evita a proliferação dos fungos. Se possível, até mesmo durma sem calcinha.

Dra. Sandra da Cunha Vieira

 CRM 36025

Nenhum comentário:

Postar um comentário